Uma doença intelectual

 


Por Jonathan Thiago Legovski

A atividade intelectual é tão exigente quanto tantas outras atividades (ainda que esta percepção não seja tão clara para grande parte das pessoas). Nossa capacidade de atenção, nossa vontade de ler, escrever, pesquisar e se reformular pode com frequência ser flagelada com “doenças” ou indisposições que nos impedem de bem desenvolver aquilo que desejamos.

Contudo, nenhuma delas me parece tão perigosa quanto aquela que aqui nomeio de “tibieza intelectual”. Tibieza (estado de fraqueza e debilidade) é um conceito compreendido e estudado pela Teologia, contudo irei dá-lhe sentido um pouco diverso daquele que lhe é naturalmente próprio. Para compreender, ilustro.

Quantos de nós já experimentou aquele momento que, uma vez habituado com a rotina de trabalho, começou a omitir pequenas responsabilidades (por vezes desprezando-as), ou a postergá-las sem justa causa, em face de poder somar alguns minutos livres – e então, posteriormente, encontrou-se numa situação de trabalho acumulado? Tibieza intelectual!

Negligência e má vontade, somadas ao aborrecimento imaturo e reclamações incessantes sobre a falta de criatividade (e quantas vezes atravessamos um deserto infértil onde não brota a criatividade?!) passaram a fazer parte de seu itinerário intelectual? Tibieza intelectual!

Satisfação com um trabalho notavelmente medíocre, quando comparado a qualidade de outras produções já realizadas? Tibieza intelectual! Atitudes como frieza, apatia pela opinião diversa, desonestidade intelectual podem ser sinônimos desta indisposição.

A solução para esta “doença” está, em primeiro momento, na capacidade de se analisar e compreender quais são os pontos que mais ferem os frutos de seu trabalho. Uma vez reconhecidos, o passo seguinte se encontrará na força de vontade e na dedicada formação pessoal para suprimir as carências que impedem o bom êxito de seus esforços.

Lembre-se: o diagnóstico possui a finalidade de salvar e não de condenar!


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