Os benefícios da disciplina na vida do estudante

 


Por Jonathan Thiago Legovski

Dis·ci·pli·na [1]

6. Obediência às normas convenientes para o bom andamento dos trabalhos.

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No atual período onde a liberdade é tão clamada, falar de disciplina parece destoar da realidade. Aqui, não me refiro ao que se compreende por disciplina militar, mas antes ao que poderíamos chamar de disciplina intelectual.

Vigora a falsa noção de que a disciplina pode ferir a criatividade daquele que está entregue ao trabalho intelectual, tornando-se um modo de aprisionar as capacidades humanas. Ao passo que se dá voz para este tipo de afirmação, criamos uma geração de indivíduos crentes de que tudo se dará de modo disforme, rodeado de uma mágica extraordinária onde as situações diversas do trabalho intelectual, do esforço e esmero pela aprendizagem, serão resolvidos sem a necessidade de estabelecer uma mínima rotina. O passo seguinte é acreditar que o mesmo ocorre na vida prática. O resultado disto é de fácil percepção.

Contudo, não escrevo para me juntar aos detratores deste modo rítmico de vida. Há também aqueles que acreditam que disciplina implica na mais dura imposição de normas. Destes últimos também me afasto e os renego totalmente.

O uso da disciplina pode ser um fardo caso não seja bem compreendido (e acredito sinceramente que muitos conheceram-na da pior forma), porém, pode ser uma dádiva se bem utilizada. Rodrigo Gurgel [2] fala que “a disciplina é a liberdade do escritor”. De fato, o é.

Uma pessoa devidamente disciplinada não é aquela que organiza tudo – tudo no mesmo – com cada milímetro calculado. Pelo contrário! A disciplina permite que o indivíduo conheça bem a si mesmo, ajudando-o a ordenar as qualidades que possui, somadas aos gostos próprios de sua personalidade, construindo hábitos em benefício de sua formação e produção intelectual.

Em suma, podemos dizer que este comportamento disciplinar nos levará até um método. O próprio Gurgel nos dirá que “a palavra disciplina pode parecer pesada, mas uso-a no sentido de comportamento metódico. Sem constância, não há escritor” e continua “a disciplina liberta a mente para o que mais importa: escrever. O escritor se prepara, repete seu ritual, sente-se dono do seu minúsculo espaço, comanda aquele período de horas em que dialogará consigo mesmo. E cria”.

Eu concordo com Rodrigo Gurgel: a disciplina é a liberdade do escritor!


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